segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Judeus

Judeus

Um judeu (em hebraico: יְהוּדִי, transl. Yehudi, no singular; יְהוּדִים, Yehudim, no plural; ladino: ג׳ודיו, Djudio, sing.; ג׳ודיוס, Djudios, pl.; iídiche: ייִד, Yid, sing.; ייִדן, Yidn, pl.) é um membro do grupo étnico e religioso originado nas Tribos de Israel ou hebreus do Antigo Oriente. O grupo étnico e a religião judaica, a fé tradicional da nação judia, são fortemente inter-relacionados, e pessoas convertidas para o judaísmo foram incluídas no povo judeu e judeus convertidos para outras religiões foram excluídos do povo judeu durante milênios.

Os judeus foram palco de uma longa história de perseguições em várias terras, resultando numa população que teve frequentemente seus números e suas distribuições alteradas ao longo dos séculos. A maioria das autoridades coloca o número de judeus entre 12 e 14 milhões, representando 0,2% da atual estimada população mundial. De acordo com a Agência Judia para Israel, no ano de 2007 havia 13,2 milhões de judeus mundialmente; 5,4 milhões (40,9%) em Israel, 5,3 milhões (40,2%) nos EUA, e o resto distribuído em comunidades de vários tamanhos no mundo inteiro. Esses números incluem todos aqueles que se consideram judeus se ou não se afiliaram, e, com a exceção da população judia de Israel, não inclui aqueles que não se consideram judeus ou que não são judeus por halachá. A população total mundial judia, entretanto, é difícil para medir. Além das considerações haláhicas, há fatores seculares, políticos e identificações ancestrais em definindo quem é judeu que aumentam o quadro consideravelmente.

Etimologia

Professor judeu em Samarcanda

A palavra "judeu" originalmente era usada para designar aos filhos de Judá, filho de Jacó, posteriormente foi designado aos nascidos na Judéia. Depois da libertação do cativeiro da Babilônia, os hebreus começaram a ser chamados de judeus. A palavra portuguesa "judeu" se origina do latim judaeu e do grego ioudaîos. Ambas palavras vêm do hebraico, יהודי, pronuncia-se "iehudí". O primeiro registro do vocábulo em português foi no ano de 1018.

Judaísmo

O judaísmo é considerado a primeira religião monoteísta a aparecer na história. Tem como crença principal a existência de apenas um Deus, o criador de tudo. Para os judeus, Deus fez um acordo com os hebreus, fazendo com que eles se tornassem o povo escolhido e prometendo-lhes a terra prometida.

Atualmente a fé judaica é praticada em várias regiões do mundo, porém é no estado de Israel que se concentra um grande número de praticantes.

Conhecendo a história do povo judeu

A Bíblia é a referência para entendermos a história deste povo. De acordo com as escrituras sagradas, por volta de 1800 a.C, Abraão recebeu uma sinal de Deus para abandonar o politeísmo e para viver em Canaã (atual Palestina). Isaque, filho de Abraão, tem um filho chamado Jacó. Este luta , num certo dia, com um anjo de Deus e tem seu nome mudado para Israel. Os doze filhos de Jacó dão origem as doze tribos que formavam o povo judeu. Por volta de 1700 AC, o povo judeu migra para o Egito, porém são escravizados pelos faraós por aproximadamente 400 anos. A libertação do povo judeu ocorre por volta de 1300 AC. A fuga do Egito foi comandada por Moisés, que recebe as tábuas dos Dez Mandamentos no monte Sinai. Durante 40 anos ficam peregrinando pelo deserto, até receber um sinal de Deus para voltarem para a terra prometida, Canaã.

Jerusalém é transformada num centro religioso pelo rei Davi. Após o reinado de Salomão, filho de Davi, as tribos dividem-se em dois reinos : Reino de Israel e Reino de Judá. Neste momento de separação, aparece a crença da vinda de um messias que iria juntar o povo de Israel e restaurar o poder de Deus sobre o mundo.















Israel e os Judeus no mundo

Quem é judeu?

Paradoxalmente, mesmo após a criação do Estado de Israel, há meio século, continua a polêmica sobre as características e atributos que definiriam os judeus. Abandonou-se o conceito de raça, mas não foi possível estabelecer um consenso: seria um grupo étnico, uma nacionalidade, uma religião, ideologia ou estilo de vida? Apenas um terço dos judeus no mundo vive em Israel, e mesmo aqueles que optaram pela Terra Santa como lar, não compartilham da mesma cultura. Uma minoria, embora crescente, considera a religião como seu atributo cultural mais importante, entre estes, a ala mais extremista e fundamentalista, com claras aspirações hegemônicas, ocupa uma posição forte e militante.

Tomando em consideração a extensão - embora em novos espaços geográficos e políticos - da Diáspora e os tênues laços de solidariedade que ligam as diversas comunidades espalhadas pelo mundo, a definição mais apropriada para o povo judeu talvez seja a de “uma comunidade do destino”. Destino esse marcado pela História, remota e recente, que teve como corolário a criação do Estado de Israel. A continuidade das tendências centrífugas da Diáspora, reforçadas pelo êxodo de centenas de milhares de jovens israelenses, deixa patente a necessidade de se redefinir as relações entre Israel e a Diáspora, a fim de manter a coesão e solidariedade, vitais para a sobrevivência.

Importa reconhecer que um dos fatores essenciais para a travessia de séculos de trevas e obscurantismo foi a tolerância para com os “outros”, que paulatinamente permeou os espíritos e normas legais das sociedades ocidentais a partir do Iluminismo e contribuiu decisivamente para a adaptação e integração dos judeus às sociedades modernas.

A lição a ser extraída da trajetória dos judeus, sobretudo no século passado, é o imperativo de tolerância mútua que leva à cooperação e fortalece os laços de solidariedade - interna e externa. Em outras palavras, o destino do povo judeu parece inextricavelmente ligado ao futuro da democracia, único sistema a conferir liberdade ao indivíduo, com base nos Direitos Humanos e nas responsabilidades da cidadania.

Durante a maior parte da história moderna, o Judaísmo europeu teve seu centro cultural e espiritual nos países da Europa Oriental. Vivendo sob regimes de discriminação e, não raras vezes, de perseguição, os judeus conseguiram desenvolver um rico patrimônio cultural que - junto com as conquistas da Emancipação, do Iluminismo e os direitos políticos obtidos em conseqüência da Revolução Francesa - constituíram os pilares e o manancial do Judaísmo moderno, até o cataclismo do Holocausto.